quarta-feira, 22 de setembro de 2010

falo-te com ternura.
reitero, incansável. 
gosto do silêncio e das palavras que ficam presas no limiar do pensamento, já à beira da intenção. das inverdades não externadas, escondidas sob o véu do eufemismo.
e sinto-me exausto diante do teu jogo verborrágico, que faz brotar as frivolidades em desequilíbrio, feito a sombra da vela sempre acesa no teu escuro quarto.
é no calor das tantas palavras que me queimo, na ardência da repugnância, cheio de prazer e de nojo.
retraio-me e atraio-me. pelo teu discurso falacioso e cheio de graça, pelos teus quês fora de hora, pelo teu histérico e suave grito de medo.
o que eu não gosto em ti é também o que em ti venero.
admiro-te pelas contradições, pelo que é agora e jamais será.
eu te amo.
eu te odeio.
sem ti eu não vivo.

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