sábado, 20 de fevereiro de 2010

aquela mulher. já não era mais aquela mulher. numa noite de muitos risos e muitos ais, diga-se que escolhida erradamente, fora abatida pelo 'não' implícito, sufocada pelo não dito e estilhaçada pelo não feito. não conseguira suprir o vazio do tempo que deixara escorrer, faltando-lhe argumentos, não envolvendo as palavras na dança necessária, não usando os artifícios de mulher. fora neutra em suas colocações, um tanto desafinadas, a quase sempre se esconder sob o véu da infantilidade. perdeu pontos, não se fez diferente, criou hiatos tediosos entre o prato principal e a sobremesa. não mostrou para ele que poderia ser melhor em alguma coisa, ainda que intencionalmente. mantivera-se distante, impávida, sem graça, insossa. enquanto ele, no início de seu desinteresse, já sabia que ela não era mais aquela mulher. ou nunca fora.

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