quinta-feira, 31 de outubro de 2019


não tenho muitas palavras para descrever a forma como o recife me atravessa. simplesmente me deixo ser invadido. predisponho-me permeável ao que acontece quando nele estou. não sei se pela distância, que agora se faz constante entre mim e ele. não sei se pela diferente forma de enxergá-lo enquanto lugar. não sei se pela nostalgia da antiga morada e do tanto que posso contar e rememorar sobre as suas vias de ruas e rios. ou tudo isso. ou um nada revestido de tudo isso. o fato é que me sinto impactado toda vez que o percorro - e que por ele sou percorrido. um turbilhão de sensações me acometem feito febre forte, deixando o corpo vulnerável ao que se sente sem saber exatamente o quê. arde, inquieta. a cada vez que toco o recife, sinto que adoeço de veneração e saudade. algo para o qual ainda não descobri antídoto. e que talvez permaneça por um longo tempo sem descoberta de cura. deixo o remédio para o tempo.    

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