sábado, 17 de julho de 2010

no improviso da prosa

essa rima tão ligeira
abriga opostos



tu me chamas de poeta
e talvez eu seja mesmo um
não pelo domínio das palavras
mas pelo coração
que me foge às rédeas
e ligeiramente faz tum-tum

quando sinto que é amor
eu logo tenho medo
do que de tão desconhecido
me faz perder os sentidos
e quase o juízo
nesse prenúncio de dor

não queria que rimassem
muito menos combinassem
esses dois sentimentos
que de tão violentos
sempre me deixam assim
com tantos e tantos tormentos

mas o amor sem a dor
talvez não fosse como é
viril e cabuloso como o cravo
forte, robusto, corajoso
e ao mesmo tempo
tão belo e frágil como a flor

e se sentir amor
for a ausência de dor
eu jamais terei amado
pois o que comigo aqui guardo
é um coração machucado
que de tanto amor, se encheu de dor

mas sinto que feliz hoje sou
porque por isso passei
e dessas pelejas da vida
tenho que confessar
enfrentei tanta dor
com a famigerada fé no amor

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