
faz calor, já se vai o verão, as noites se repetem. hoje não há lua cheia, não há vento na varanda, não há carta tua. acabaram-se os cigarros, gostava de um cabernet sauvignon agora, neste fim de dia. bem perto da janela as tuas orquídeas já sem cor, morrem lentamente, como tudo aqui dentro. o relógio na parede parece ser o único a movimentar-se. cansei da tevê. estou a jogar damas no escuro, a sós. já não sinto aperto no peito, já não faço olhos miúdos ante as tuas fotografias. se um dia para cá voltares, lembra-te de abrir a porta silenciosamente, já não faz sentido a tua alegria de fevereiro por aqui.
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