sexta-feira, 13 de novembro de 2009

maré

às vezes, ou quase sempre, eu fico a imaginar a vida acontecendo em cena de filme feliz, com trilha sonora específica, com câmera lenta pra sorrisos e olhares de eternidade. algum momento especial na praia, final de tarde e confissões a contracenar com gargalhadas infantis. ficaríamos a fazer desenhos na areia e a enroscar nossas pernas com briguinhas de casal. discutiríamos os nomes dos nossos filhos e eu não abriria mão de a menina se chamar maria. cataríamos conchinhas e disputaríamos a mais bonita. fotografaríamos um ao outro e depois correríamos pelo raso mar. mergulharíamos de mãos dadas e nadaríamos até onde nossos pés não mais alcançassem a superfície. quando cansássemos, voltaríamos e deitaríamos no chão frio a contemplar as estrelas. faríamos nossas juras de amor em forma de poemas e nos perderíamos no sexo apaixonado. o dia amanheceria e seríamos um do outro por todo o resto da vida, ainda que em lembrança ou pelo registro das fotografias.

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